Pra você guardei o amor
Que nunca soube dar
O amor que tive e vi sem me deixar
Sentir sem conseguir provar
Sem entregar
E repartir
Pra você guardei o amor
Que sempre quis mostrar
O amor que vive em mim vem visitar
Sorrir, vem colorir solar
Vem esquentar
E permitir
Quem acolher o que ele tem e traz
Quem entender o que ele diz
No giz do gesto o jeito pronto
Do piscar dos cílios
Que o convite do silêncio
Exibe em cada olhar
Guardei
Sem ter porque
Nem por razão
Ou coisa outra qualquer
Além de não saber como fazer
Pra ter um jeito meu de me mostrar
Achei
Vendo em você
E explicação
Nenhuma isso requer
Se o coração bater forte e arder
No fogo o gelo vai queimar
Pra você guardei o amor
Que aprendi vendo meus pais
O amor que tive e recebi
E hoje posso dar livre e feliz
Céu cheiro e ar na cor que arco-íris
Risca ao levitar
Vou nascer de novo
Lápis, edifício, tevere, ponte
Desenhar no seu quadril
Meus lábios beijam signos feito sinos
Trilho a infância, terço o berço
Do seu lar
Nando Reis
domingo, 28 de março de 2010
Contradito
Uma doce mistura de ser e não ser.
O que me serve.
Um sutil desejo de ter e não ter,
Quando ferve.
Um perfume efêmero,
Odor de pétalas,
Que entorpece.
J.R. Maciel
O que me serve.
Um sutil desejo de ter e não ter,
Quando ferve.
Um perfume efêmero,
Odor de pétalas,
Que entorpece.
J.R. Maciel
Fidelidade
Para um amigo seboso
Com Maria sou romântico.
Com Isabel, um cafajeste.
Sou meigo e doce com Celeste.
Com Rafaela sempre tântrico.
Não queria ser eu de todas elas,
Mas não me rogo quando pedem.
Por atencioso que me condenem,
Mas queria somente ser de Manuela.
J.R. Maciel
Com Maria sou romântico.
Com Isabel, um cafajeste.
Sou meigo e doce com Celeste.
Com Rafaela sempre tântrico.
Não queria ser eu de todas elas,
Mas não me rogo quando pedem.
Por atencioso que me condenem,
Mas queria somente ser de Manuela.
J.R. Maciel
Anfíbia
És concreto mar
De sonhos e ilusões.
Terreno fértil
Para desejos e paixões.
És pérfida inglória
Para os teus filhos.
És falsa e impura
à quem cruza teu ladrilho.
Em um sonho nasceste,
Que a lama embalou.
No delírio de um menino,
O teu chão se ampliou.
J.R. Maciel
De sonhos e ilusões.
Terreno fértil
Para desejos e paixões.
És pérfida inglória
Para os teus filhos.
És falsa e impura
à quem cruza teu ladrilho.
Em um sonho nasceste,
Que a lama embalou.
No delírio de um menino,
O teu chão se ampliou.
J.R. Maciel
sexta-feira, 26 de março de 2010
Soneto dos olhos de anjo
Em noite de poucas estrelas,
Confidenciamos nossos desejos,
Mergulhados em densa paixão,
Afundamos em loucos beijos.
Entre pontes, rios e sussuros,
Caminhamos de mãos dadas,
Apagamos a chama das horas,
as cinzas, longe foram lançadas.
Ficou suspenso o tempo perdido;
Ficaram as luzes desligadas;
Ficou teu corpo no meu corpo;
Ardeu tua face transfigurada;
E teu olhar pudico e angelical,
Queimou-me a alma dilacerada.
Salgueiro, março de 2010
J.R. Maciel
Confidenciamos nossos desejos,
Mergulhados em densa paixão,
Afundamos em loucos beijos.
Entre pontes, rios e sussuros,
Caminhamos de mãos dadas,
Apagamos a chama das horas,
as cinzas, longe foram lançadas.
Ficou suspenso o tempo perdido;
Ficaram as luzes desligadas;
Ficou teu corpo no meu corpo;
Ardeu tua face transfigurada;
E teu olhar pudico e angelical,
Queimou-me a alma dilacerada.
Salgueiro, março de 2010
J.R. Maciel
quarta-feira, 24 de março de 2010
Geometria da distância
Curvas no espaço,
Círculos no tempo:
Convergentes abraços.
Salgueiro, março de 2010
J.R. Maciel
Círculos no tempo:
Convergentes abraços.
Salgueiro, março de 2010
J.R. Maciel
Poeta
Coração de poeta,
Alma de menino.
Versar poemas tristes,
É seu amargo destino.
Salgueiro, março de 2010
J.R. Maciel
Alma de menino.
Versar poemas tristes,
É seu amargo destino.
Salgueiro, março de 2010
J.R. Maciel
Amor segundo Camões 2
Amor, que o gesto humano n' alma escreve,
vivas faíscas me mostrou um dia,
donde um puro cristal se derretia
por entre vivas rosas e alva neve.
A vista, que em si mesma não se atreve,
por se certificar do que ali via,
foi convertida em fonte, que fazia
a dor ao sofrimento doce e leve.
Jura Amor que brandura de vontade
causa o primeiro efeito; o pensamento
endoudece, se cuida que é verdade.
Olhai como Amor gera num momento,
de lágrimas de honesta piedade,
lágrimas de imortal contentamento.
Camões
vivas faíscas me mostrou um dia,
donde um puro cristal se derretia
por entre vivas rosas e alva neve.
A vista, que em si mesma não se atreve,
por se certificar do que ali via,
foi convertida em fonte, que fazia
a dor ao sofrimento doce e leve.
Jura Amor que brandura de vontade
causa o primeiro efeito; o pensamento
endoudece, se cuida que é verdade.
Olhai como Amor gera num momento,
de lágrimas de honesta piedade,
lágrimas de imortal contentamento.
Camões
Amor segundo Camões 1
Amor é um fogo que arde sem se ver,
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente,
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Camões
Obs.: quando Deus quis que um homem explicasse o amor, Ele disse: - vai Camões, explica.
Esse é conhecidíssimo, mas sempre vale a pena reler.
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente,
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Camões
Obs.: quando Deus quis que um homem explicasse o amor, Ele disse: - vai Camões, explica.
Esse é conhecidíssimo, mas sempre vale a pena reler.
sexta-feira, 19 de março de 2010
Viagem II
Em todas carreguei o mesmo nome.
Em todas tive os mesmos motivos.
Em todas atravessei o anonimato
Trajando os mesmos objetivos.
Mas nas tuas pontes atravessarei a noite.
E sem medo esperarei o porvir.
E sem pressa aguardarei os teus olhos,
Que em olhar flamejam o que é sentir.
Aracaju, março de 2010
J.R. Maciel
Em todas tive os mesmos motivos.
Em todas atravessei o anonimato
Trajando os mesmos objetivos.
Mas nas tuas pontes atravessarei a noite.
E sem medo esperarei o porvir.
E sem pressa aguardarei os teus olhos,
Que em olhar flamejam o que é sentir.
Aracaju, março de 2010
J.R. Maciel
Queria ser poeta...
Queria ser poeta.
Autor de palavras nunca ditas.
Escrever frases esquecidas.
Cantar canções nunca ouvidas.
Mas o destino cruzou o caminho
e fez a pena calar.
De poeta, não sentiu o desgosto.
Pois nunca foi capaz de amar.
Aracaju, março de 2010
J.R. Maciel
Autor de palavras nunca ditas.
Escrever frases esquecidas.
Cantar canções nunca ouvidas.
Mas o destino cruzou o caminho
e fez a pena calar.
De poeta, não sentiu o desgosto.
Pois nunca foi capaz de amar.
Aracaju, março de 2010
J.R. Maciel
terça-feira, 16 de março de 2010
Em noite mais fria
Ouvi tua voz mais longe,
Em noite mais fria,
Caminhei perdido no horizonte.
Era forte a dor que sentia.
E nos caminhos que não achei,
Ouvi mais triste a melodia ,
Senti mais ácido esse cheiro,
Fitei a janela que não se abria.
J.R. Maciel
Em noite mais fria,
Caminhei perdido no horizonte.
Era forte a dor que sentia.
E nos caminhos que não achei,
Ouvi mais triste a melodia ,
Senti mais ácido esse cheiro,
Fitei a janela que não se abria.
J.R. Maciel
Da espera
Se ela um dia dormisse em minha casa,
Com certeza veria o sete estrelo,
Entre os fios e antenas do telhado,
Vir baixando e prender-se ao seu cabelo.
Sete pedras de brilho prateado,
Imitando um rosário delicado,
E ela rindo e dizendo: eu sou feliz,
E eu armando uma rede no espaço,
Pra fazê-la dormir com meu abraço,
E acordá-la com cantos de concrix.
Se essa noite existir como imagino,
Vai a lua nascer no céu deserto,
Que as estrelas viraram vagalumes,
Só pra ver eu e ela mais de perto.
Quando o vento raspar a terra nua,
E sair imitando pela rua
Meu suspiro saudoso mais profundo,
Eu direi para ela em seu ouvido:
Aproveite esse tempo suspendido,
Que da porta pra fora não tem mundo.
Siba e Roberto Corrêa
PS: de fato não sei de quem é a autoria dessa letra.
Recomendo fortíssimamente que escutem essa música. É majestosa. Essas imagens são fantásticas!
Com certeza veria o sete estrelo,
Entre os fios e antenas do telhado,
Vir baixando e prender-se ao seu cabelo.
Sete pedras de brilho prateado,
Imitando um rosário delicado,
E ela rindo e dizendo: eu sou feliz,
E eu armando uma rede no espaço,
Pra fazê-la dormir com meu abraço,
E acordá-la com cantos de concrix.
Se essa noite existir como imagino,
Vai a lua nascer no céu deserto,
Que as estrelas viraram vagalumes,
Só pra ver eu e ela mais de perto.
Quando o vento raspar a terra nua,
E sair imitando pela rua
Meu suspiro saudoso mais profundo,
Eu direi para ela em seu ouvido:
Aproveite esse tempo suspendido,
Que da porta pra fora não tem mundo.
Siba e Roberto Corrêa
PS: de fato não sei de quem é a autoria dessa letra.
Recomendo fortíssimamente que escutem essa música. É majestosa. Essas imagens são fantásticas!
domingo, 7 de março de 2010
Sensación de olor
Fragancia
de lilas...
Claros atardeceres de mi lejana infancia
que fluyó como el cauce de unas aguas tranquilas.
Y después un pañuelo temblando en la distancia.
Bajo el cielo de seda la estrella que titila.
Nada más. Pies cansados en las largas errancias
y un dolor, un dolor que remuerde y se afila.
...Y a lo lejos campanas, canciones, penas, ansias,
vírgenes que tenían tan dulces las pupilas.
Fragancia
de lilas...
Pablo Neruda
de lilas...
Claros atardeceres de mi lejana infancia
que fluyó como el cauce de unas aguas tranquilas.
Y después un pañuelo temblando en la distancia.
Bajo el cielo de seda la estrella que titila.
Nada más. Pies cansados en las largas errancias
y un dolor, un dolor que remuerde y se afila.
...Y a lo lejos campanas, canciones, penas, ansias,
vírgenes que tenían tan dulces las pupilas.
Fragancia
de lilas...
Pablo Neruda
LXVI
No te quiero sino porque te quiero
y de quererte a no quererte llego
y de esperarte cuando no te espero
pasa mi corazón del frío al fuego.
Te quiero sólo porque a ti te quiero,
te odio sin fin, y odiándote te ruego,
y la medida de mi amor viajero
es no verte y amarte como un ciego.
Tal vez consumirá la luz de enero,
su rayo cruel, mi corazón entero,
robándome la llave del sosiego.
En esta historia sólo yo me muero
y moriré de amor porque te quiero,
porque te quiero, amor, a sangre y fuego.
Pablo Neruda
y de quererte a no quererte llego
y de esperarte cuando no te espero
pasa mi corazón del frío al fuego.
Te quiero sólo porque a ti te quiero,
te odio sin fin, y odiándote te ruego,
y la medida de mi amor viajero
es no verte y amarte como un ciego.
Tal vez consumirá la luz de enero,
su rayo cruel, mi corazón entero,
robándome la llave del sosiego.
En esta historia sólo yo me muero
y moriré de amor porque te quiero,
porque te quiero, amor, a sangre y fuego.
Pablo Neruda
XIV
Me falta tiempo para celebrar tus cabellos.
Uno por uno debo contarlos y alabarlos:
otros amantes quieren vivir con ciertos ojos,
yo sólo quiero ser tu peluquero.
En Italia te bautizaron Medusa
por la encrespada y alta luz de tu cabellera.
Yo te llamo chascona mía y enmarañada:
mi corazón conoce las puertas de tu pelo.
Cuando tú te extravíes en tus propios cabellos,
no me olvides, acuérdate que te amo,
no me dejes perdido ir sin tu cabellera
por el mundo sombrío de todos los caminos
que sólo tiene sombra, transitorios dolores,
hasta que el sol sube a la torre de tu pelo.
Pablo Neruda
Uno por uno debo contarlos y alabarlos:
otros amantes quieren vivir con ciertos ojos,
yo sólo quiero ser tu peluquero.
En Italia te bautizaron Medusa
por la encrespada y alta luz de tu cabellera.
Yo te llamo chascona mía y enmarañada:
mi corazón conoce las puertas de tu pelo.
Cuando tú te extravíes en tus propios cabellos,
no me olvides, acuérdate que te amo,
no me dejes perdido ir sin tu cabellera
por el mundo sombrío de todos los caminos
que sólo tiene sombra, transitorios dolores,
hasta que el sol sube a la torre de tu pelo.
Pablo Neruda
sábado, 6 de março de 2010
Autopsicografia
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Fernando Pessoa
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Fernando Pessoa
Meias palavras
Resposta ao texto Caminhos
Chego com a mente repleta de pensamentos
Pensamentos expressos através das palavras
Pouco a pouco lançadas na noite que vaga.
Como um engenheiro da literatura,
Ruas são ladrilhadas por ti,
Oriundas das palavras ditas por mim.
Sentados num canto, sutilmente admiramos,
O caminho desse ladrilho sem fim.
Carla Andréa
Chego com a mente repleta de pensamentos
Pensamentos expressos através das palavras
Pouco a pouco lançadas na noite que vaga.
Como um engenheiro da literatura,
Ruas são ladrilhadas por ti,
Oriundas das palavras ditas por mim.
Sentados num canto, sutilmente admiramos,
O caminho desse ladrilho sem fim.
Carla Andréa
sexta-feira, 5 de março de 2010
Caminhos
Você vem com as mãos cheias de pedra.
Pelo caminho, uma após a outra vai soltando.
Vou seguindo sua sombra
E as pedras vou apanhando.
Com as pedras ladrilharei este caminho.
E me sentarei numa esquina
Só para te ver passar cantando.
J.R. Maciel
PS.: neste gostei das imagens.
E outra coisa: para bom entendedor meia palavra basta.
Pelo caminho, uma após a outra vai soltando.
Vou seguindo sua sombra
E as pedras vou apanhando.
Com as pedras ladrilharei este caminho.
E me sentarei numa esquina
Só para te ver passar cantando.
J.R. Maciel
PS.: neste gostei das imagens.
E outra coisa: para bom entendedor meia palavra basta.
quarta-feira, 3 de março de 2010
Brilho amarelo
Hoje não queria voltar para casa.
Queria ver teu brilho.
Mesmo que fosse um brilho falso,
Que reflete
O brilho de outro astro.
J.R. Maciel
Queria ver teu brilho.
Mesmo que fosse um brilho falso,
Que reflete
O brilho de outro astro.
J.R. Maciel
O Chopp
Na avenida Guararapes,
o Recife vai marchando.
O bairro de Santo Antonio,
tanto se foi transformando
que, agora, às cinco da tarde,
mais se assemelha a um festim,
nas mesas do Bar Savoy,
o refrão tem sido assim:
São trinta copos de chopp,
são trinta homens sentados,
trezentos desejos presos,
trinta mil sonhos frustrados.
Ah, mas se a gente pudesse
fazer o que tem vontade:
espiar o banho de uma,
a outra amar pela metade
e daquela que é mais linda
quebrar a rija vaidade.
Mas como a gente não pode
fazer o que tem vontade,
o jeito é mudar a vida
num diabólico festim.
Por isso no Bar Savoy,
o refrão é sempre assim:
São trinta copos de chopp,
são trinta homens sentados,
trezentos desejos presos,
trinta mil sonhos frustrados.
Carlos Pena Filho
o Recife vai marchando.
O bairro de Santo Antonio,
tanto se foi transformando
que, agora, às cinco da tarde,
mais se assemelha a um festim,
nas mesas do Bar Savoy,
o refrão tem sido assim:
São trinta copos de chopp,
são trinta homens sentados,
trezentos desejos presos,
trinta mil sonhos frustrados.
Ah, mas se a gente pudesse
fazer o que tem vontade:
espiar o banho de uma,
a outra amar pela metade
e daquela que é mais linda
quebrar a rija vaidade.
Mas como a gente não pode
fazer o que tem vontade,
o jeito é mudar a vida
num diabólico festim.
Por isso no Bar Savoy,
o refrão é sempre assim:
São trinta copos de chopp,
são trinta homens sentados,
trezentos desejos presos,
trinta mil sonhos frustrados.
Carlos Pena Filho
O Início
No ponto onde o mar se extingue
E as areias se levantam
Cavaram seus alicerces
Na surda sombra da terra
E levantaram seus muros
Do frio sono das pedras.
Depois armaram seus flancos:
Trinta bandeiras azuis plantadas no litoral.
Hoje, serena flutua, metade roubada ao mar,
Metade à imaginação,
Pois é do sonho dos homens
Que uma cidade se inventa.
Carlos Pena Filho
E as areias se levantam
Cavaram seus alicerces
Na surda sombra da terra
E levantaram seus muros
Do frio sono das pedras.
Depois armaram seus flancos:
Trinta bandeiras azuis plantadas no litoral.
Hoje, serena flutua, metade roubada ao mar,
Metade à imaginação,
Pois é do sonho dos homens
Que uma cidade se inventa.
Carlos Pena Filho
Desmantelo Azul
Então pintei de azul os meus sapatos
Por não poder de azul pintar as ruas
Depois vesti meus gestos insensatos
E colori as minhas mãos e as tuas
Para extinguir de nós o azul ausente
E aprisionar o azul nas coisas gratas
Enfim, nós derramamos simplesmente
Azul sobre os vestidos e as gravatas
E afogados em nós nem nos lembramos
Que no excesso que havia em nosso espaço
Pudesse haver de azul também cansaço
E perdidos no azul nos contemplamos
E vimos que entre nascia um sul
Vertiginosamente azul: azul.
Carlos Pena Filho
Por não poder de azul pintar as ruas
Depois vesti meus gestos insensatos
E colori as minhas mãos e as tuas
Para extinguir de nós o azul ausente
E aprisionar o azul nas coisas gratas
Enfim, nós derramamos simplesmente
Azul sobre os vestidos e as gravatas
E afogados em nós nem nos lembramos
Que no excesso que havia em nosso espaço
Pudesse haver de azul também cansaço
E perdidos no azul nos contemplamos
E vimos que entre nascia um sul
Vertiginosamente azul: azul.
Carlos Pena Filho
segunda-feira, 1 de março de 2010
Luto por Mindlin
Empresário, bibliófilo e membro da Academia Brasileira de Letras, José Mindlin faleceu hoje aos 95 anos. Eterno apaixonado por livros, montou uma biblioteca particular com mais de 45 mil volumes, que foi a maior do Brasil até o ano passado, quando doou parte de seu acervo para a USP.
Fonte: http://www.pop.com.br/popnews/noticias/brasil/322258-SERRA+DECRETA+LUTO+OFICIAL+PELA+MORTE+DE+JOSE+MINDLIN.html
Mais sobre José Mindlin: http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Mindlin
Fonte: http://www.pop.com.br/popnews/noticias/brasil/322258-SERRA+DECRETA+LUTO+OFICIAL+PELA+MORTE+DE+JOSE+MINDLIN.html
Mais sobre José Mindlin: http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Mindlin
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